Primeiro longa que realizei, o documentário conta a história do Colégio Santo Amaro, onde estudei e me formei no ensino médio. Era uma escola centenária no bairro de Botafogo (Rio de Janeiro) que fechou no ano de 2020, em decorrência da pandemia. Junto a colegas de escola e da faculdade, fiquei à frente do projeto e tomamos a iniciativa de, em um momento de profundo pesar, reunir a comunidade escolar para preservar a memória do colégio e daqueles que passaram por lá. O filme foi financiado de maneira totalmente independente, arrecadando mais de 20 mil reais apenas com financiamento coletivo, o qual contou com colaborações de 120 pessoas.

Foi a primeira experiência de longa-metragem de grande parte da equipe, em que todos puderam entender as demandas e dimensões de um projeto desta duração. No meu caso, pude aprender e me aprofundar nas necessidades de realização de um filme desde sua pré-produção até sua finalização e exibição. Foram realizadas entrevistas com 47 pessoas ligadas ao colégio, alunos, professores, funcionários e freiras, resultando em 35 horas de material registrado e mais 10 horas de material de arquivo, que foram selecionados para compor um filme de 1h35 de duração.

Entre os entrevistados estão a escritora Nélida Piñon, ex-aluna que foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, a cantora Isabella Taviani, que cantou na trilha sonora o hino do colégio, e o ator Francisco Vitti. Além disso, foi entrevistada também a ex-aluna mais longeva da escola, Zeny Soutto Mayor, que tinha 102 anos à época das filmagens.

O filme foi exibido pela primeira vez para membros da comunidade escolar e convidados em pré-estreia no Estação NET Botafogo, em março de 2023, 10 dias após o colégio completar 100 anos, exibição essa realizada fora do circuito comercial em parceria com a Cavideo. A sessão e o filme representaram para todos a despedida que não pôde ocorrer durante a pandemia, em função do distanciamento social, um momento de celebração em que se fez valer a ideia motriz de todo o projeto: "o que a memória ama fica eterno".

Exibições em Festivais:
Olhar Film Festival (Castanhal, PA, Maio de 2023)
Festival de Sorocaba (Sorocaba, SP, Outubro de 2023)
FBCU - Festival Brasileiro de Cinema Universitário (Niterói, RJ, Setembro de 2024).
Festival de Cinema Estudantil (Guaíba, RS, Novembro de 2024)